O interessante é mesmo estranho
O processo criativo é estranho. Estranho não, como ousam? Como ousam me deixar usar essa palavra, que de certo só é mais precisa do que “interessante”, sem me punir? Sem nem mesmo comentar a mediocridade dessa minha escrita? Como pode? Que alguém ainda diga “interessante” sem ser taxado de estranho? Ou estranho, sem ser taxado de interessante? Há algo pior do que ser interessante? Talvez estranho…
Não há nada de interessante no interessante. Não há nada de estranho no estranho.
Aula interessante.
Projeto interessante.
Interessante reflexão.
Pessoa estranha.
Que qualidades são essas, que não carregam em si nem mesmo si mesmas? É mesmo, taí uma palavra de personalidade: mesmo. Mesmo? Mesmo! Vejam: não deve nada a ninguém, não faz sobrar e nem faltar. É mesmo.
E quem sou eu? Sabem? Isso mesmo. Sou o mesmo: eu mesmo.